09/11/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/11/2025 15:26
A neurologista da Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso, dra. Heloise Helena Siqueira Borges, ressaltou, nesta quinta-feira (11.9), o ato humano e solidário de doar órgãos durante entrevista ao Jornal da Nova, da Rádio Nova 105.3 FM.
"Todos os anos, priorizamos o Setembro Verde para fazer campanhas de divulgação, para que a população conheça um pouco sobre a doação de órgãos e se sinta segura em doar o órgão de seus familiares, que as pessoas se sintam confortáveis para conversar com seus amigos e seus parentes para falar do seu desejo, porque naquele momento de muita dor e de perda de um parente, a doação de órgãos é uma forma de ressignificar esse momento trazendo a vida para outras pessoas e famílias", afirmou.
A neurologista Heloise explicou que há três tipos de doação: aquela realizada em vida - após a compatibilidade entre doador e receptor -, aquela em que o doador tem o diagnóstico de morte encefálica (cerebral), e a doação de tecidos, que pode ser feita até seis horas após o fim dos batimentos cardíacos.
"Nós temos os transplantes entre vivos que envolvem, por exemplo, a medula óssea, rim e fígado. Então, eu posso doar parte do meu fígado para outra pessoa, geralmente são parentes. Temos os transplantes que são realizados em indivíduos que são diagnosticados com morte encefálica, ou seja, o cérebro não está mais funcionando. Esse é um indivíduo que está morto, mas em assistência por causa de equipamentos e medicações, então ele vai poder doar coração, pulmão, rim, fígado e vários outros órgãos", explicou.
"E temos a doação de tecido, de coração parado, que entra, por exemplo, a córnea. Qualquer pessoa que faleceu, a família pode manifestar o desejo de doar as córneas, mesmo depois de seis horas de coração parado", acrescentou.
A especialista enfatizou a importância de manifestar em vida o desejo de doar órgãos, já que muitos familiares desconhecem o desejo do paciente falecido em relação à doação de órgãos. "Precisamos conversar mais com nossos familiares para que eles saibam que a gente tem desejo de doar órgãos ou não, para que naquele momento em que for necessário tomar essa decisão, os nossos familiares já saibam e já tenham ciência disso", disse.
A neurologista ainda destacou a atuação da Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso, que promove cursos de capacitação para diagnóstico de morte encefálica e qualificação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) nos hospitais de Mato Grosso. As equipes envolvidas nesse processo são capacitadas e supervisionadas.
Além disso, ela ponderou que a campanha Setembro Verde é uma oportunidade para suscitar o diálogo sobre a doação de órgãos e conscientizar mais pessoas em prol da causa.
Para se tornar um doador de órgãos, a neurologista explica que o mais importante é comunicar o desejo à família.
"A doação de órgãos é consentida. Se a família consentir, esses órgãos serão doados. Existe uma outra forma, que é o testamento em vida, que pode ser feito em vida, mas, por si só, não garante a doação, porque, se o familiar não autorizar, o Sistema Nacional de Transplantes não recebe esse órgão. Então, o mais importante é conversar com os familiares para que autorizem a doação de órgãos, quando for necessário", concluiu.