10/09/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/09/2025 15:36
Projetos do Panamá, Brasil e Bolívia são reconhecidos por superar desafios na implementação e gerar aprendizagens replicáveis para a região.
WASHINGTON - O Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Grupo BID) anunciou os ganhadores da oitava edição de Super-heróis do Desenvolvimento 2025, uma iniciativa que reconhece projetos de desenvolvimento que tiveram sucesso em superar desafios significativos durante sua implementação e cujas lições aprendidas têm o potencial de ser replicadas em outros países da América Latina e do Caribe.
Desde seu lançamento, o concurso recebeu mais de 750 propostas procedentes de 26 países da região, consolidando-se como uma plataforma essencial para identificar e visibilizar soluções efetivas para os desafios do desenvolvimento.
"Nós no BID acreditamos em um ciclo virtuoso entre conhecimento e operações: as evidências melhoram o desenho dos projetos e a execução gera novas aprendizagens que alimentam melhores decisões", disse Lorena Rodríguez Bu, chefe da Divisão de Conhecimento e Aprendizagem do BID. "Esse é o espírito de Super-heróis do Desenvolvimento: reconhecer agências executoras e clientes do Banco que documentam o que funciona e por que, registram lições aprendidas e as tornam disponíveis para toda a região. Queremos converter aprendizagem em ação e impacto", concluiu.
Os três projetos ganhadores, selecionados entre seis finalistas, são:
Panamá: Faíscas de conexão: eletrificando a esperança nas comunidades remotas do Panamá/ BID. Contraparte: Ministério da Presidência, Escritório de Eletrificação Rural (OER)
No Panamá, a eletrificação rural estava estancada (78% em 2017, com comarcas registrando 19% e 4%) por causa da floresta densa, as estradas que as chuvas tornavam intransitáveis e acessos a comarcas que só eram possíveis por vias fluviais. "Faíscas de conexão" reprogramou o cronograma e a sequência de obras com análises topográficas e climáticas: moveu frentes de trabalho para a temporada seca, deixou planos de contingência para o inverno, combinou transporte multimodal (4x4, barcos e helicópteros pontuais), materiais leves e equipamentos versáteis, e capacitou grupos de trabalho para operar no barro e em rios. As parcerias com comunidades -contratação de guias locais, acampamentos de base e abastecimento prévio- aceleraram traslados e conferiram legitimidade. Resultado: uma cobertura rural de cerca de 93% em 2023 e melhoras na saúde, educação e meios de subsistência; lição replicável: levar em conta o clima e a geografia nos projetos e converter os beneficiários em parceiros operacionais.
Brasil: Hospital Albert Einstein: A gestão privada de hospitais públicos pode salvar vidas/ BID Invest
Em 2020, o Brasil registrou quase 7 milhões de casos e 181.000 mortes por COVID-19; diante dessa pressão, o Hospital Israelita Albert Einstein ampliou Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), comprou equipamentos, adaptou espaços e contratou pessoal. Com financiamento do BID Invest, os leitos em três hospitais públicos passaram de 423 para 1.146 e, em dois privados, de 592 para 626. A rede Einstein implementou um monitoramento flexível - de pacientes atendidos, ocupação e, sobretudo, mortalidade - para fazer ajustes em tempo real: no começo de agosto de 2020, a mortalidade em hospitais da rede em que houve a intervenção foi de 9,7% nos públicos e 5,5% nos privados, em comparação com 38,5% e 19,5% no país. Após a crise, a rede manteve mais capacidade do que antes, com 818 leitos públicos e 749 privados.
Bolívia: Comunidades que se transformam: autogestão e inclusão financeira /BID Lab. Contraparte: Fundação PROFIN
Na Bolívia, "Bionegocios Guarayos" transformou a exclusão financeira em autogestão ao criar Grupos Autogeridos de Empreendedores como porta para capital semente e educação financeira adaptada: mais de 1.200 pessoas (516 mulheres e jovens) aprenderam a poupar, planejar e investir, fizeram aportes de contrapartida de 10-20% e formaram fundos comuns; a exigência de capacitação prévia, contratos e cofinanciamento foi fundamental para alinhar compromissos e reduzir o superendividamento. Com presença técnica permanente no território - lição central para gerir mudanças de liderança e conflitos - foram fortalecidos 62 bionegócios de 270 empreendedores (64% mulheres), que melhoraram registros, custos e comercialização digital, aumentaram a produção em pelo menos 20% e, com a marca territorial "Bionegocios Guarayos", consolidaram governança, acesso a mercados e a preservação de mais de 400.000 hectares de floresta.