Federal Government of Brazil

09/22/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/22/2025 11:35

Presidente da COP30 pede mutirão para consolidar acordos climáticos

Durante a abertura da Semana do Clima de Nova York, a COP30 foi definida como um momento fundamental para avançar na implementação dos acordos climáticos já feitos, bem como apresentar os passos para alcançar o 1,3 trilhão de dólares de financiamento climático. O evento ocorre entre esta segunda, 22/9, e sexta-feira, 26/9, e precede a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que também destacará os debates sobre a mudança do clima.

"Pensamos, desde o início da presidência [da COP30], em usar esse conceito que todos os brasileiros conhecem muito bem, que é o 'mutirão'. A ideia do mutirão é de que todos podem fazer algo, dentro de suas capacidades, desde que saibam para onde estão indo e sigam com independência", resumiu André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

O embaixador também ressaltou o simbolismo da maior Conferência sobre clima do mundo acontecer na Amazônia. "O tamanho da Amazônia no Brasil é maior do que a Índia inteira e tem 15,5 milhões de pessoas vivendo nela e essas pessoas são 75% urbanas", explicou ao público, dizendo que as soluções para essas populações não são somente para populações que vivem na floresta. "Há tantas ideias que vêm da Amazônia. Só isso, para mim, já faz da COP30 um sucesso", acrescentou, contando que universidades da região apresentaram um documento com soluções para as 30 prioridades da Agenda de Ação da COP30 .

Financiamento de US$ 1,3 tri

Para o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Stiell, essa COP será um momento de relembrar tudo que já foi feito nos últimos dez anos, desde o Acordo de Paris e apresentar o roteiro de Baku-Belém - que detalha como chegar ao US$ 1,3 trilhão para o financiamento climático dos países em desenvolvimento.

"O que a COP30 nos oferece como oportunidade de fazer é, antes de tudo, remover esse 'pré-conceito' de que cada COP deve cumprir tudo. Acho que essas são expectativas que criamos e que não são as mais úteis. Então, se olharmos para a COP 21, em Paris, foi onde uma estrutura foi estabelecida. Essas negociações nos levaram à COP 28, onde tivemos o primeiro GST (sigla em inglês de Global Stocktake), que foi uma oportunidade para avaliar novamente onde estávamos e fazermos essa correção de curso", disse. O GST é um balanço feito pela UNFCCC, a cada cinco anos, para avaliar a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).

Stiell continuou explicando que na última COP, em Baku, o debate de financiamento climático avançou, mesmo que de forma insuficiente - já que passou de 100 bilhões para 300 bilhões de dólares. E, agora, em Belém, será o momento de entender como chegar a 1,3 trilhão de dólares.

"Tivemos várias COPs em que esse foi um dos pontos de discussão, mas isso realmente ganha força agora na COP 30, onde todos os componentes do Acordo de Paris estão prontos. As peças finais foram colocadas em Baku. O foco agora é o mundo se mobilizar e dar continuidade ao trabalho. Temos as ferramentas, as tecnologias, sabemos o que precisa ser feito, como precisa ser feito, quem precisa fazer e quando", resumiu o secretário-executivo da UNFCCC.

André Corrêa do Lago acrescentou que, para alcançar essa implementação do que já foi acordado, é necessário o "mutirão". "Não podemos esperar que os governos façam tudo. É verdade que só os governos podem negociar, mas acho que, uma vez que haja o resultado dessa negociação, é possível ver como, por exemplo, os governos subnacionais têm um papel incrível a desempenhar, as empresas, obviamente, mas também a tecnologia, a academia e a sociedade civil em geral", disse. "Temos que trazer de volta a percepção de que isso está caminhando na direção certa e que há um progresso", destacou ainda.

NDCs

Simon Stiell também reforçou os avanços já alcançados nos dez anos do Acordo de Paris vigente. "Há muitas críticas sobre o processo. Ele é mais lento do que a ciência indica. É um processo muito complexo, mas está entregando resultados. Se analisarmos essa jornada de 10 anos desde Paris, antes de Paris, o mundo estava com uma temperatura global de 5°C. Agora, estamos em torno de 3°C", afirmou.

De acordo com o secretário, as novas NDCs serão essenciais para saber o quanto os países estão comprometidos em chegar o mais próximo possível do aquecimento de 1,5ºC, determinado no Acordo de Paris. "Não chegaremos a 1,5ºC, mas chegaremos a um ponto em que daremos um passo à frente. Portanto, o progresso está sendo feito", apontou.

Os 195 países signatários do Acordo têm até o final de setembro para encaminhar as suas novas NDCs e, em outubro, a UNFCCC lança um relatório avaliando a ambição das contribuições para alcançar a meta de 1,5ºC.

"Sabemos que [as NDCs] serão mais brandas do que a ciência determina. O foco quando chegarmos a Belém não será o que os países apresentaram, mas como responderão a essas propostas. E a principal resposta é acelerar a implementação. Simplesmente fazer acontecer", finalizou.

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