Infraestruturas de Portugal SA

09/30/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/30/2025 10:27

Dois homens, um combate: os nossos trabalhadores na linha da frente dos fogos

Sentiram o calor implacável das chamas e a força da solidariedade humana. Dois colaboradores da Infraestruturas de Portugal, também bombeiros voluntários, partilham histórias de coragem, sacrifício e esperança vividas no combate aos incêndios deste verão.

O que se sente é calor, mesmo a quilómetros de distância do fogo. É o corpo em alerta para um combate desigual contra chamas imensas, vento tórrido e uma sensação de impotência perante a natureza em fúria. A certeza da incerteza é o que espera os bombeiros que, com coragem - e também medo - avançam sabendo ser o elo mais frágil.

"Medo sentimos sempre, a adrenalina também, mas na hora de ajudar outras pessoas todos os receios desaparecem", afirma Gentil Ferreira, elemento da equipa de Gestão da Exploração Rodoviária da Infraestruturas de Portugal (IP), que integrou a Corporação de Sacavém no combate aos incêndios em Chaves, em agosto passado.

"Recebi uma chamada a solicitar a minha presença para ajudar no combate aos terríveis incêndios que lavravam em Portugal e, como bombeiro, acedi prontamente. Falei com as minhas chefias diretas e senti da parte da empresa um enorme apoio, cuidado e preocupação, e só tenho a agradecer. E sim, está inscrito na Lei que as empresas têm de dispensar trabalhadores em emergências, mas na Infraestruturas de Portugal (IP) somos realmente tratados com a máxima consideração e respeito, o que faz com que nos sintamos reconfortados", explica o fiscal que acompanha várias obras rodoviárias na região de Lisboa.

Cada metro a caminho das chamas pesa. Tudo se pensa quando o inimigo se aproxima, mas não há espaço para hesitações na hora de salvar vidas, casas e floresta. Foram mais de mil quilómetros percorridos por Gentil Ferreira em três dias, conduzindo um Auto Bomba Tanque com capacidade para 18 mil litros de água, que chegou a Chaves na madrugada de 19 de agosto. Nessa noite, abasteceu outros veículos com mais de 36 mil litros. "Dormi 40 minutos, se tanto, e só às 9h30, depois de um pequeno almoço retemperador, é que fomos descansar", recorda, sorrindo.

No total, abasteceu os colegas com 90 mil litros de água. Fez os últimos 500 quilómetros exausto, dorido e entristecido pelo cenário de destruição, mas realizado por ter dado tudo no combate: "É triste ver o fogo imparável a consumir tudo no seu caminho, mas a força das pessoas, unidas, demore mais ou menos, consegue vencer. E a natureza, que nestas ocasiões parece tão violenta, acaba ela própria por ajudar com menos calor e mais humidade", conclui.

Unidos na missão e na dedicação

Paulo Pereira exerce funções na Unidade de Emergência da IP, em articulação contínua com a Proteção Civil. A ligação aos bombeiros começou em 1996, quando entrou pela primeira vez para uma corporação. "Comecei muito novo, saí, e voltei há cinco anos. É difícil explicar como detestamos o fogo, mas há algo que não nos deixa viver sem ele, sem o combater", conta.

Entre muitas operações, há memórias que não se apagam. Uma delas ocorreu nos incêndios que devastaram, em agosto, a zona do Piódão, em Arganil: "O fogo era tão violento que a primeira linha de combate teve de ser preparada a mais de um quilómetro de distância", recorda. Poucas horas depois, as chamas cercaram os operacionais e chegaram a passar por cima deles. Foi dada ordem de evacuação: "O calor era tão intenso que os pneus da própria viatura começaram a derreter. Tivemos de mudar os quatro."

Desde os trágicos fogos de 2017, a prioridade é clara: proteger as populações, mas também proteger quem as defende. "Vamos todos, voltamos todos", repete, citando a máxima que guia os bombeiros.
Adjunto de Comando nos Bombeiros Voluntários da Moita, sabe que cada decisão pode mudar o rumo de uma operação. "Tomar decisões exige conhecimento, sangue-frio e coragem." A resistência física também é levada ao limite: "Em 36 horas dormi uma hora; nas 24 seguintes já consegui dormir três."

Com as pessoas sempre no pensamento, Paulo destaca a solidariedade em momentos de dificuldade: "Vi pânico nos olhos das pessoas, vi desgosto, mas também vi e senti como as pessoas são boas. Fizeram de tudo para ajudar os bombeiros: disponibilizaram-nos espaços para tomar banho, traziam-nos água e comida. Os melhores ovos mexidos da minha vida saboreei-os num rápido jantar numa aldeia perto do Piódão. Aquele sabor e aquela generosidade ficarão sempre marcados em mim."

Corações que ligam destinos e apagam chamas

De regresso aos seus postos de trabalho na IP, Gentil e Paulo sentem orgulho em servir em duas frentes: na proteção do património rodoviário e ferroviário nacional e na defesa das populações em situações de crise. "As nossas profissões têm mais em comum do que parece", diz Paulo. "No fundo, trabalhamos sempre para ligar pessoas e proteger comunidades. Trabalhamos para Ligar Destinos, que é o lema da nossa empresa."

Histórias como as de Paulo Pereira e Gentil Ferreira lembram-nos que as estradas, os carris e as pontes que percorremos todos os dias têm rostos e corações. Pessoas que, quando o país mais precisa, trocam ferramentas por Auto Bombas, planos de emergência por turnos sem fim no combate ao fogo. Tudo, porque a solidariedade é fogo que arde e que se vê.

Infraestruturas de Portugal SA published this content on September 30, 2025, and is solely responsible for the information contained herein. Distributed via Public Technologies (PUBT), unedited and unaltered, on September 30, 2025 at 16:27 UTC. If you believe the information included in the content is inaccurate or outdated and requires editing or removal, please contact us at [email protected]