Painel debate diretriz da FAO sobre papel da pecuária na bioeconomia circular

A contribuição dos sistemas pecuários para um futuro mais sustentável e eficiente em recursos através de abordagens de bioeconomia circular foram debatidos em painel nesta sexta-feira (14), em Belém, dentro da programação da AgriZone. Organizado pela Parceria de Avaliação e Desempenho Ambiental da Pecuária (Livestock Environmental Assessment and Performance Partnership - Leap), da FAO, o evento reuniu representantes de governo, pesquisa, ONGs, associações industriais e academia de vários países.

O foco da sessão foi a recém-lançada Diretriz da FAO LEAP sobre Bioeconomia Circular. O documento é resultado da colaboração entre mais de 200 parceiros, incluindo 36 especialistas líderes de 25 países. Michael Lee, da reitoria da Harper Adams University (Inglaterra) dividiu a apresentação da publicação com a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Ana Paula Packer. A diretriz fornece uma visão geral das métricas e indicadores amplamente utilizados para avaliar o impacto ambiental da produção pecuária dentro de uma bioeconomia circular, descrevendo seus pontos fortes e limitações.

De acordo com os especialistas, a bioeconomia circular combina o uso sustentável de biomassa e a economia circular (reduzir, reutilizar, reciclar) para otimizar o uso de recursos. Eles destacaram o papel da pecuária em sistemas de ciclo fechado, transformando subprodutos e materiais não comestíveis em produtos e nutrientes valiosos. Exemplos incluíram o uso de sebo e subprodutos, gestão de esterco e utilização de resíduos de colheitas na alimentação do gado.

Na sequência, os painelistas de diversas organizações compartilharam atividades em andamento e perspectivas sobre a circularidade em sistemas pecuários. As ações sugeridas para promover práticas de bioeconomia circular no setor pecuário incluíram disseminar as novas diretrizes de certificação agrícola, garantindo acesso para todos os grupos de partes interessadas e advogar por políticas e mecanismos de financiamento para apoiar os produtores, especialmente os pequenos proprietários, na transição para sistemas circulares e sustentáveis.