12/15/2025 | Press release | Distributed by Public on 12/16/2025 14:52
Washington, D.C., 15 de dezembro de 2025 (OPAS) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou o novo Marco de Qualidade do HEARTS, um guia prático publicado na The Lancet Regional Health - Americas que os países podem usar imediatamente para aprimorar o manejo da hipertensão e do risco cardiovascular, prevenir infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC) e oferecer melhor atenção por meio da atenção primária à saúde em suas comunidades.
Nas Américas, as doenças cardíacas e os AVCs causam mais de 2,2 milhões de mortes por ano, e muitas das vítimas estão em sua idade mais produtiva. A pressão arterial alta - conhecida como a "assassina silenciosa" - é o principal fator de risco, afetando quase quatro em cada 10 adultos na Região. Apesar da disponibilidade de tratamentos acessíveis e eficazes, apenas uma em cada três pessoas com hipertensão tem a condição sob controle.
"A hipertensão continua sendo a ameaça à saúde mais letal do mundo, mas também uma das mais manejáveis", afirmou Jarbas Barbosa, diretor da OPAS. "Este marco não é apenas mais um documento de política - é o guia que já está salvando vidas em milhares de unidades de saúde comunitárias. Se os países o adotarem e ampliarem, poderemos prevenir milhões de infartos e AVCs ao longo da próxima década."
O novo Marco de Qualidade HEARTS traduz experiências do mundo real em um modelo testado para superar barreiras que impedem milhões de pessoas de receber a atenção de que precisam. Entre elas estão medições imprecisas da pressão arterial devido a equipamentos desatualizados, disponibilidade limitada de medicamentos essenciais, tratamentos subótimos e visitas mensais desnecessárias para renovação de receitas.
O HEARTS nas Américas é a mais ampla adaptação mundial da iniciativa global HEARTS da Organização Mundial da Saúde (OMS) e está atualmente ativo em 33 países, alcançando quase 10 mil estabelecimentos de atenção primária, com mais de seis milhões de pessoas acompanhadas por meio de protocolos padronizados de tratamento. Onde foi plenamente implementado, seis em cada dez pacientes alcançam o controle da pressão arterial - quase o dobro da média regional.
Este marco transforma esses sucessos comprovados em um modelo estruturado que qualquer país pode adotar e adaptar às suas necessidades. Apresenta estratégias concretas, como a exigência do uso de aparelhos automáticos confiáveis para medir a pressão arterial; a garantia de fornecimento contínuo de medicamentos de qualidade a preços acessíveis por meio de compras conjuntas; a viabilização de prescrições por vários meses; e profissionais de enfermagem capacitados para ajustar doses de medicamentos. Também propõe ferramentas simples de monitoramento mensal para que os profissionais de saúde acompanhem os resultados dos pacientes e façam os ajustes necessários na atenção.
Em conjunto, essas estratégias apoiam a "meta 80-80-80" para o controle da pressão arterial: 80% das pessoas com hipertensão diagnosticadas, 80% das pessoas diagnosticadas em tratamento e 80% das pessoas tratadas com a pressão arterial controlada. "Alcançar essa meta poderia prevenir mais de 400 mil mortes e 2,4 milhões de hospitalizações até 2030 nas Américas", explicou Pedro Orduñez, autor correspondente do artigo e assessor sênior da OPAS para Doenças Cardiovasculares.
"Chamamos Ministérios da Saúde, formuladores de políticas e profissionais de saúde a adotarem o Marco de Qualidade HEARTS", disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS. "Ao nos comprometermos com esse modelo, podemos oferecer melhor cuidado para as doenças crônicas não transmissíveis, salvar milhões de vidas e fortalecer a atenção primária à saúde em toda a Região das Américas."
A abordagem HEARTS já está transformando a atenção à hipertensão e ao risco cardiovascular. Em Matanzas, Cuba, as taxas de controle aumentaram de 36% para 58% em um ano, enquanto no Chile o controle da hipertensão passou de 37% para 65%. Análises adicionais destacaram o retorno econômico do investimento, com o programa se pagando em menos de dois anos ao prevenir eventos cardíacos de alto custo. Comunidades na Colômbia, no México, em Trinidad e Tobago e em outros países também alcançaram aumentos nas taxas de controle da pressão arterial após adotarem os padrões de cuidado do HEARTS.
Na República Dominicana, o HEARTS é uma prioridade governamental, oferecendo tratamento gratuito a milhões de pessoas. El Salvador expandiu o HEARTS em toda a sua rede de atenção primária, alcançando taxas de controle de quase 70%, e o México também iniciou a implementação do programa em âmbito nacional.
"Esses resultados mostram que o controle da hipertensão e o manejo do risco cardiovascular em larga escala são possíveis", afirmou Esteban Londoño, autor principal e consultor internacional da OPAS em doenças crônicas não transmissíveis. "A atenção primária à saúde baseada em trajetórias clínicas padronizadas, medicamentos confiáveis, equipes de trabalho e ferramentas de melhoria da qualidade pode gerar um impacto que salva vidas de milhões de pessoas."