Caminhada no Parque do Utinga reforça importância da doação de órgãos e tecidos

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Caminhada no Parque do Utinga fez parte da ampla programação

A campanha Setembro Verde no Pará, que ressalta a importância da doação de órgãos e tecidos, ganhou mais um reforço no sábado (14) com a ação "Manhã no Parque", realizada no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém. Com o tema "Doar é semear uma nova vida", a iniciativa foi promovida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Central Estadual de Transplantes (CET), e pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), em parceria com a Fundação Hemopa, Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e rede de apoiadores.

Para incentivar a doação de órgãos e tecidos, a programação incluiu caminhada, distribuição de materiais educativos dentro e fora do Parque, orientações sobre o processo de doação, atividades lúdicas, celebração ecumênica para agradecimento e depoimentos de pessoas transplantadas.

Raimundo Luiz Freitas: gratidão eterna à família do doador

Raimundo Luiz Freitas, que recebeu um fígado há seis meses, participou da caminhada e disse que "minha gratidão é eterna à família do doador, que me deu essa segunda chance de viver. Foram três anos de luta até o transplante. Mas hoje estou bem. Sei que é difícil para as famílias autorizarem a doação em um momento de dor, mas esse gesto salva vidas".

Conscientização - A mobilização também contou com representantes da Sespa, Santa Casa, Hemopa e Sesma, além de alunos e professores da Universidade da Amazônia (Unama), campus Ananindeua.

Para o estudante de Enfermagem Lucas Morgan, a participação é uma forma de ampliar a conscientização. "Sempre deixo claro para minha família que sou doador. Precisamos falar sobre isso e combater a desinformação. Desde que entrei no curso, incentivo meus amigos e familiares a fazerem o mesmo", ressaltou.

Distribuição de materiais educativos na área externa ao Parque do Utinga

Números no Pará - Entre janeiro e julho de 2025, o Pará realizou 266 transplantes: 205 de córnea, 36 de rim, 16 de medula óssea, seis de fígado e três osteomusculares. Os números já superam os de 2024, que registrou 32 doações de múltiplos órgãos. A descentralização do processo também avança, com hospitais regionais capacitados a identificar doadores e apoiar a captação no interior.

Alfredo Abud, coordenador da CET: diálogo é essencial

O coordenador da Central Estadual de Transplantes da Sespa, Alfredo Abud, reforçou a importância do diálogo dentro das famílias. "Mesmo com avanços, a taxa de recusa ainda é alta. Por isso, precisamos sensibilizar a sociedade. Conversar sobre a doação é essencial, pois esse gesto simples pode salvar muitas vidas", afirmou.

Ele lembrou que um único doador pode beneficiar até 11 pacientes. "A doação é um processo legal, seguro e regido por órgãos federais. Cada ato de solidariedade representa esperança e qualidade de vida para milhares de pessoas que aguardam na fila de transplantes em todo o País", acrescentou Alfredo Abud.

O coordenador ainda adiantou que outras ações serão realizadas até o final do mês, como iniciativas no campeonato paraense da série B, nas universidades e na Praça Batista Campos.

Qualquer pessoa pode ser potencial doadora de órgãos e tecidos. Não é necessário registro em cartório ou em documentos oficiais. Basta informar à família o desejo de doar, já que a autorização depende exclusivamente dos familiares.

Próximas programações:

• 19/09 - Minicurso de Metodologia | 8h às 12h | CET/Sespa
• 20/09 - Mobilização no jogo do Clube do Remo | 20h30 | Estádio Mangueirão
• 23/09 - V Simpósio Setembro Verde | 14h às 18h | Unama BR
• 23/09 - Mobilização no jogo do Paysandu | 19h30 | Estádio da Curuzu
• 28/09 - "Manhã na Praça" | 8h às 12h | Praça Batista Campos
• 28/09 - Encerramento: mobilização no jogo do Clube do Remo | 20h30

Texto: Suellen Santos - Ascom/Sespa