10/06/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/06/2025 13:48
A Prefeitura de Belo Horizonte está investindo em novas ferramentas pedagógicas que ampliam a inclusão e favorecem a aprendizagem de estudantes com necessidades complexas de comunicação. A estratégia envolve formação de professores, desenvolvimento de materiais pedagógicos personalizados e adoção de tecnologias de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), que permitem aos alunos não verbais expressarem desejos, emoções e necessidades por meio de símbolos e imagens. A iniciativa é voltada aos cerca de 6,6 mil estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) da rede municipal e outras crianças que enfrentam barreiras para o uso da linguagem oral.
Cerca de 600 professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE), das redes municipal e parceira, já participaram de cursos e oficinas promovidos pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) nos últimos cinco meses, com formações que abordam CCA de baixa e alta tecnologia. A formação foi por meio de encontros presenciais e virtuais que abordaram práticas de implementação da comunicação alternativa, com elaboração de pranchas personalizadas, criação e utilização dos pictogramas de acordo com o perfil de cada estudante para os estudantes da educação infantil.
Para os estudantes do ensino fundamental, o uso de softwares específicos potencializa o desenvolvimento da linguagem e a aprendizagem. "Estamos criando as condições para que todos os alunos aprendam e se expressem. As crianças com autismo e outros transtornos de comunicação precisam de uma linguagem mediada por imagens e símbolos. Essa tecnologia amplia o direito à comunicação e fortalece a aprendizagem", destaca a secretária municipal de Educação, Natália Araújo.
Resultados práticos
Os primeiros resultados práticos da iniciativa já estão sendo observados nas escolas municipais. A professora Maura Santiago, do AEE da Escola Municipal Dr. José Xavier Nogueira, relata avanços significativos na interação com os alunos. "Temos um estudante de 5 anos não verbal que passou a compreender perguntas simples com o uso de símbolos visuais e cores associadas a 'sim' e 'não'. Agora, ele consegue indicar com clareza o que deseja, algo que antes não acontecia", explica.
A mãe do educando, Elaine Campos, conta que também já observa resultados positivos em casa. "A melhora na comunicação está sendo um divisor de águas. Ele já entende sobre o sim e o não. Com o meu filho mais velho, que tem 7 anos, percebo um avanço ainda mais rápido. Ele já consegue demonstrar os desejos com outras figuras na prancha de comunicação, como as de comer, brincar e sentar".
Seminário CAA
Relatos e experiências bem-sucedidas como essa foram apresentados durante o Seminário de Comunicação Alternativa e Aumentativa, realizado na sede da Smed. O evento reuniu cerca de 300 professores do AEE e 200 auxiliares de apoio ao educando para a troca de experiências e avaliar os primeiros impactos da tecnologia no cotidiano escolar.
A diretora de Inclusão, Diversidade e Transversalidade da Smed, Aline de Castro, explica que as pranchas de comunicação são a base do processo. "Elas permitem que o estudante expresse vontades e necessidades. À medida que ele se desenvolve, as ferramentas se tornam mais complexas, evoluindo para o uso do software de CAA".
A Smed prevê novos encontros de acompanhamento e aperfeiçoamento nas próximas semanas, além da expansão da formação a outros profissionais da rede. "Nosso objetivo é garantir que todos os estudantes com deficiência tenham acesso, permanência e desenvolvimento na escola pública", conclui Aline.