Federal Government of Brazil

10/29/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/29/2025 14:06

SUS é exemplo de plano global para países adaptarem saúde aos efeitos das mudanças climáticas

Problemas respiratórios, cardiológicos, doenças provocadas por mosquitos. Estudos indicam que 277 doenças podem ser agravadas pelos riscos climáticos, impulsionados pelas emissões contínuas de gases de efeito estufa, e 58% de todas as doenças infecciosas estão relacionadas a esses fatores ambientais, seja pelas ondas de calor, pelos eventos extremos de chuva ou de seca.

Para ajudar os países a adaptarem seus sistemas de saúde aos efeitos das mudanças climáticas, o Brasil vai propor durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) o Plano de Ação em Saúde de Belém.

O plano foi um dos temas tratados pela Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Agnes Soares, durante o programa Estúdio COP 30, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A saúde está como um dos objetivos estratégicos da COP. São 30 objetivos estratégicos e um deles é de sistemas resilientes à mudança do clima. O que tem de novidade nesse plano é trazer essa ideia de organizar a ação de todo o setor saúde para acelerar soluções nesse setor", disse a diretora

"Ele foi construído em consulta com outros países, com a academia, com movimentos sociais. Tem a ver com justiça climática e questão de trabalhar com evidências para conseguir elaborar todas as propostas de uma maneira científica, mas também com base na realidade de cada país. Com isso a gente cobre a maioria dos problemas que precisam ser acertados. Cobertura universal e a questão da atenção primária é fundamental, mas o que de diferente cada um tem que fazer para se adaptar à mudança do clima".

A adesão ao plano é voluntária e inclui medidas práticas em três frentes:

- Vigilância e Monitoramento em Saúde

- Políticas Baseadas em Evidências e Fortalecimento de Capacidades

- Inovação e Produção Sustentável em Saúde

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Acesse aqui a página oficial da COP 30 E aqui a lista de notícias da COP 30 na Agência Gov

Adapta-SUS

Agnes também destacou como a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a experiência brasileira contribuíram para a elaboração do Plano de Ação em Saúde de Belém.

Como exemplo, ela citou o Plano Setorial de Adaptação à Mudança do Clima da Saúde (Adapta SUS), criado com a intenção de adaptar o SUS aos impactos das mudanças climáticas no período de 2025 a 2035.

"O plano nasce da experiência do Brasil com a construção do SUS e com o nosso Adapta-SUS, que é a proposta do Brasil para se adaptar às mudanças do clima na área da saúde. Mas no mundo inteiro tem organizações diferentes e nem todos os países têm um sistema único tão forte quanto o nosso, aliás, ele é único mesmo, tem alguns exemplos, como a gente sabe, na Inglaterra, mas como o nosso, desse tamanho, com essa força, ele é único mesmo. E com essa experiência de participação popular em todo o processo e com essa visão tanto de universalidade quanto de equidade, essa ideia de que não tem como enfrentar as mudanças do clima sem tratar da resiliência de todo o sistema de saúde", explicou.

"O Brasil é um país que tem desde a floresta tropical úmida até áreas desertas. Tem de tudo no nosso país. E o Adapta-SUS mapeou os municípios que estão em situação de maior vulnerabilidade. E também, dentro de cada município, se espera que se reconheça quais são as áreas de maior vulnerabilidade. Não é que todos têm que se adaptar. Mas essas onde há maior vulnerabilidade, elas têm que ter uma prioridade. Em cobertura de saneamento, por exemplo. Então, se você já tem um déficit, se você já tem um problema, a mudança climática, ela agrava o problema. Então, onde ainda não se tem toda a cobertura universal de água e saneamento, são as áreas vulneráveis. Outras áreas já sujeitas a mais enchentes, como acontece no Rio Grande do Sul. A Amazônia, todo mundo pensa, maior coleção de água doce do mundo, mas ficou seca. Então, assim, os extremos, que antes havia uma variação normal, eles estão ficando mais extremos. Também populações isoladas ou populações tradicionais, como os indígenas, quilombolas, ribeirinhos, marisqueiros, que dependem da sua vida, dessa relação muito próxima com o ambiente, são sujeitos em situação de maior vulnerabilidade. Como as periferias das cidades, as pessoas em situação de rua, mas também os acamados, as pessoas que moram sozinhas, que não têm muito acesso a serviços de apoio. Então, tudo isso tem que ser levado em consideração, porque o peso da mudança do clima para essas populações, ele é maior".

A diretora destacou o papel da Atenção Primária para atuar na prevenção e mitigação dos impactos das mudanças climáticas na população.

O SUS conta com 42 mil unidades básicas, 44 mil equipes de saúde da família e 1.229 equipes de Atenção Básica que atendem a 123 milhões de pessoas.

Ela é fundamental, porque ele é a base do SUS. É o começo de tudo. Ela é a raiz de todos os sistemas. Onde não funciona a Atenção Primária, onde não tem essa entrada, é muito mais difícil que você consiga segurar esse gigante que é um sistema de saúde como o nosso", afirmou Agnes

Assista à integra do programa Estúdio COP 30

O programa Estúdio COP 30, do Canal Gov, é exibido na TV aberta (canal digital 2.2 em SP e 1.2 demais estados) às segundas e quartas-feiras, às 13h. Traz entrevistas dedicadas a discutir grandes temas e bastidores da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA)

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