10/23/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/24/2025 07:57
O Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Amazônia Ocidental conseguiu a aprovação de 62 trabalhos no 33º Congresso Brasileiro de Microbiologia, que será realizado de 25 a 28 de outubro de 2025, em Aracaju (SE). Trinta e um pesquisadores, membros do grupo de pesquisa 'AmazonMicro - Microbiota Amazônica para o desenvolvimento de produtos e processos', submeteram dois resumos cada para a comissão avaliadora e todos foram aceitos para apresentação, sem solicitações de correção ou ajustes.
Os trabalhos referem-se a pesquisas sobre a microbiota da Amazônia, com estudos e análises sobre diversos microrganismos, como fungos e bactérias, que vivem na floresta amazônica e suas aplicações em áreas como saúde, biotecnologia e agricultura.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Gilvan Ferreira, responsável pelo laboratório, destaca que grupo tem mostrado não apenas o volume de pesquisas realizadas, mas também a qualidade científica que caracteriza os trabalhos do laboratório, desde abordagem básica como isolamento a uso de ferramentas genômica, metagenômica e metabolômica. Neste contexto os trabalhos apresentados nesse evento envolvem: Biocontrole de fitopatógenos para agricultura sustentável ; Promoção de crescimento vegetal através de microrganismos benéficos; Descoberta de novas espécies microbianas; Bioprospecção de metabólitos com potencial farmacológico e industrial ; Biorremediação ambiental utilizando microrganismos nativos.
Pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Biologia Molecular
Os trabalhos apresentados no congresso integram três projetos estratégicos em execução neste laboratório, financiados pela Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): 'MicroBioma Amazônico - Diversidade Microbiana, Bioprospecção e Resiliência frente às Mudanças Climáticas', 'Preenchendo as lacunas de conhecimento sobre microbiota amazônica' e 'Rede Amazônica para Desenvolvimento de Insumos Biológicos destinados à Agricultura Sustentável e Biorremediação'.
Estes projetos são desenvolvidos em parceria estratégica com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), fortalecendo a rede de colaboração científica na região.
Os projetos são desenvolvidos pelo grupo de pesquisa 'AmazonMicro - Microbiota amazônica para o desenvolvimento de produtos e processos'. À frente desse grupo, o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Dr. Gilvan Ferreira ressalta que "o laboratório tem se dedicado não apenas a gerar conhecimento científico de ponta, mas também a incentivar a formação de novos pesquisadores. Esse resultado reflete o empenho dos alunos, bolsistas e técnicos que atuam conosco, e mostra como a microbiota amazônica tem potencial para contribuir com a ciência e com soluções práticas para a sociedade".
Os resultados preliminares das pesquisas revelam a produção de substâncias naturais que podem servir de base para remédios, cosméticos e outros produtos. Além disso, têm contribuído também com informações aplicadas à agricultura, com foco no desenvolvimento de bioinsumos, que são produtos biológicos que ajudam a proteger as plantas contra doenças reduzindo o uso de químicos, tornando o cultivo mais saudável e sustentável.
Descoberta de novas espécies
Entre os trabalhos selecionados está o da pesquisadora Sabrina Sinara, bolsista na equipe do Laboratório de Biologia Molecular. Em um deles, ela analisou 74 linhagens de fungos do gênero Paecilomyces (fungos que vivem no solo e em plantas) e descobriu que quatro podem ser espécies novas, ainda não conhecidas pela ciência. "Apresentar esses resultados em um congresso nacional reforça a relevância do que estamos produzindo no laboratório. A microbiota da Amazônia, que é o conjunto de microrganismos como fungos e bactérias que vivem na floresta, ainda guarda uma enorme diversidade a ser conhecida. Cada novo microrganismo que identificamos pode trazer substâncias ou genes com potencial para gerar soluções úteis na saúde, na biotecnologia e na agricultura", afirma Sabrina, que integra o projeto 'Rede Amazônica para Desenvolvimento de Insumos Biológicos destinados à Agricultura Sustentável e Biorremediação'.
Essas pesquisas mostram como os microrganismos da Amazônia podem ser muito úteis para a ciência e para o dia a dia. Esses microrganismos, como fungos e bactérias, foram identificados a partir do DNA, o que ajuda a saber exatamente quais espécies existem na floresta.