11/05/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/05/2025 11:23
Brasília, 5 de novembro de 2025 - Teve início na terça-feira (4/11) o 1º Congresso Binacional de Certificação de Qualidade em Bancos de Leite Humano, iniciativa que integra os esforços de cooperação técnica em saúde entre Brasil e Paraguai. O evento, que segue até sexta-feira (7/11) em Foz do Iguaçu (Brasil), marca o início da implementação do Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano (PCFioBLH) no sistema de saúde paraguaio. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) participa do encontro.
Durante a abertura do evento, o coordenador de Equidade, Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Jonas Gonseth-Garcia, destacou a importância da iniciativa e o caráter singular da cooperação entre Brasil e Paraguai.
"A certificação dos bancos de leite não só garante a melhoria contínua, como também promove a sustentabilidade e a participação ativa dos profissionais dos bancos de leite e dos serviços de saúde, junto, obviamente, com as pessoas doadoras".
Jonas Gonseth-Garcia também reconheceu o papel da Fiocruz e dos parceiros na consolidação da rede e reiterou o apoio da OPAS à expansão do modelo para fortalecer a saúde materno-infantil na região.
O congresso é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil, o Ministério das Relações Exteriores e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com o apoio da Itaipu Binacional, por meio do Grupo de Trabalho Itaipu Saúde (GT Itaipu Saúde).
A iniciativa reforça o papel estratégico da Fiocruz como Centro Colaborador da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no fortalecimento da Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH). Além de buscar ampliar a segurança alimentar e nutricional de recém-nascidos e lactentes e contribuir para a redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, por meio do intercâmbio de conhecimentos e práticas entre países.
O Congresso também celebra a cooperação entre Brasil e Paraguai, reafirmando o compromisso de ambos os países com a qualidade, a inovação e a busca pela excelência nos serviços prestados pelos Bancos de Leite Humano, elementos essenciais para reduzir as mortes evitáveis de recém-nascidos e lactentes e fortalecer a saúde materno infantil na região.
Na região das Américas, apenas 52% dos bebês foram amamentados na 1ª hora de vida e 37% das crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida. Isso quer dizer que há um longo caminho pela frente para o alcance das metas globais, até 2030, de 70% dos bebês amamentados na 1ª hora de vida e de 70% das crianças amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida. A prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade no mundo.
A rede Brasileira possui 230 bancos de leite humano e 258 postos de coleta, sendo reconhecida como a maior e mais complexa do mundo. São mais de 3 milhões e quatrocentas mil pessoas doadoras e 3 milhões e oitocentos mil recém-nascidos beneficiados no país, entre 2020 e 2024. Entre 2023 e 2025, 1.787 alunos foram aprovados no Curso de Aperfeiçoamento em Processamento e Controle de Qualidade do Leite Humano no Brasil. O Ministério da Saúde do país tem investido na ampliação do acesso ao Leite Humano, por meio do incentivo financeiro de custeio para a qualificação do bancos de leite humano no escopo da Rede Alyne, que visa a autossuficiência da oferta de leite para os bebês internados nas unidades neonatais no Brasil.
Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano
O Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano foi desenvolvido para fortalecer as capacidades científica, produtiva, tecnológica e gerencial dos Bancos de Leite Humano, assegurando que os processos de coleta, processamento e distribuição sigam padrões rigorosos de qualidade e segurança alimentar e nutricional.
O programa estrutura um modelo de excelência com base em seis eixos de avaliação, que orienta os bancos na busca por padrões mais elevados de funcionamento. A certificação contribui para o aprimoramento contínuo de áreas como infraestrutura, equipamentos, controle de qualidade e capacitação profissional, refletindo diretamente na saúde e no futuro dos recém-nascidos e lactentes.
Além disso, o Programa estimula a criação de centros colaboradores regionais, que capacitam profissionais localmente e fortalecem a rede de cooperação técnica entre os países.