09/08/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/08/2025 15:34
A iniciativa oferece de graça aulas sobre IA para moradores dos bairros Guamá e Terra Firme
"Vivência", "oportunidade" e "mais conhecimento" são palavras-chave no relato de Nayara Câmara. A jovem é pedagoga, moradora do bairro Guamá, e tem gostado bastante das aulas do curso de Letramento Digital em Inteligência Artificial (IA), realizado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. "Está sendo uma experiência incrível, porque a questão do letramento digital é muito importante em qualquer profissão. Hoje, se você não souber usar a IA, a tecnologia a seu favor, você acaba sendo trapaceada por você mesma, então o curso está abrindo novas portas", declara.
Nesta segunda-feira (8), os participantes do curso concluíram o primeiro módulo das atividades no Parque. Joana Farias, moradora do bairro Terra Firme, é formada em administração, faz especialização em Recursos Humanos, e viu no curso de letramento digital uma oportunidade a mais de qualificação profissional. "A demanda do mercado exige esse conhecimento, é bem desafiador, mas a gente procura estar se adaptando a essa nova realidade, até porque ela veio para nos proporcionar mais habilidades em certas funções, e no nosso trabalho traz mais produtividade", comenta.
Democratização da IA
O curso de letramento digital tem por objetivo democratizar o acesso ao conhecimento sobre IA, promovendo a inclusão digital entre a comunidade do entorno do parque tecnológico paraense, que fica localizado no bairro do Guamá, em Belém. A formação é executada pela Fundação Guamá, instituição de ciência e tecnologia que faz a gestão do PCT, e busca desenvolver competências básicas para o uso de ferramentas digitais baseadas em inteligência artificial e tecnologias associadas, com foco na realidade social, educacional e comunitária dos participantes.
Para o professor e pesquisador Bruno Duarte, o comprometimento da turma tem sido proveitoso. "O engajamento dos alunos está sendo muito bom, penso que eles entenderam a demanda de aprender sobre inteligência artificial. Dois ou três alunos me contaram como eles tinham uma ideia muito ruim da inteligência artificial e, ao fazer o curso, eles perceberam que existe um bom potencial. No geral, vejo que eles entenderam como usar a IA de modo a aumentar sua produtividade, ou seja, existe realmente um lado bom da inteligência artificial e não só um lado ruim. Deixei muito claro que, para você aproveitar o lado bom, é preciso se informar", detalha o instrutor do curso.
O curso de letramento em IA no PCT Guamá é oferecido de forma gratuita e atende mais de 20 alunos que foram selecionados por meio de um edital. As aulas começaram no mês de agosto e continuam até dezembro deste ano. A iniciativa possui carga horária de 120 horas, com aulas presenciais duas vezes por semana, no Espaço Empreendedor do complexo do Parque.
Serão, ao todo, quatro módulos com dez encontros. A avaliação envolve frequência nas aulas, tarefas semanais e a entrega de miniprojeto ao final das atividades. A estudante do curso de Letras, Daniela Silva, tem 20 anos, mora no bairro Parque Verde e fala da experiência vivida nos primeiros encontros do curso. "Eu estou gostando bastante, está sendo bem tranquilo, os professores têm uma didática maravilhosa, está sendo incrível. Ter conteúdo como esse é fundamental para estudantes de qualquer área", avalia.
No encerramento do módulo, o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa), prof. Carlos Maneschy, conversou com os estudantes e ressaltou que o curso é uma oportunidade pioneira para democratizar o acesso a conhecimentos sobre um tema inovador, capacitando pessoas de todas as idades e formações para atuar e protagonizar o novo cenário digital e científico. "O curso abre as portas para um mundo novo, voltado a todos os públicos e prepara cidadãos para compreender, participar e liderar as transformações digitais e sociais em andamento", afirmou.
Uso ético da IA
Estão também entre os objetivos do curso apresentar os princípios fundamentais do aprendizado com máquinas (machine learning), possibilitando a compreensão de como os algoritmos aprendem dados e são utilizados em diferentes contextos; introduzir noções básicas de programação em Python com foco em aplicações voltadas à IA, de forma acessível a iniciantes; estimular o pensamento crítico e reflexivo sobre o uso de IA, desenvolvendo o uso responsável, ético e criativo das tecnologias aprendidas; incentivar a aplicação de IA na resolução de problemas locais e no fortalecimento comunitário para transformação social e melhoria da qualidade de vida.
Referência em inovação na Amazônia
O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com as parcerias da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com a gestão da Fundação Guamá.
É o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.
Localizado às margens do rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.
O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no Parque), mais de 40 associados (vinculados ao Parque, mas não fisicamente instalados), doze laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos e uma escola técnica.
O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.