10/27/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/27/2025 17:32
A partir desta terça-feira (28/10), ocorre a 3ª Semana Brasileira de Educação Midiática (SBEM), com o tema "Mobilizar uma geração para a cidadania digital". A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Em entrevista à Voz do Brasil, nesta segunda-feira (27), o secretário de Políticas Digitais, João Brant, detalhou o evento, que tem como objetivo promover uma grande mobilização em torno da educação midiática.
"A gente tem a felicidade de entrar agora na terceira edição da Semana Brasileira de Educação Midiática. Que, na prática, mobiliza escolas e entidades da sociedade civil no Brasil inteiro para pautar esse tema da educação digital e educação midiática", disse.
O que a gente consegue falar sobre cidadania digital? É a capacidade hoje de nós, como cidadãos, interagirmos plenamente no ambiente digital de forma crítica, de forma autônoma, de forma a entender não só do ponto de vista técnico, como é que a gente utiliza esse espaço, mas principalmente do ponto de vista de compreensão, de capacidade de leitura desse ambiente digital", explicou o secretário.
Para João Brant, pensar em cidadania digital é construir um ambiente propício para a democracia. "É difícil pensar uma democracia que não tem um ambiente plural, robusto, diverso, de comunicação e informação, e a gente não vai ter um ambiente assim se a gente não tiver cidadãos capazes de exercer a sua cidadania no ambiente digital, portanto, de compreender aquilo que eles estão lendo, vendo, assistindo, mas também de produzir de forma crítica conteúdo", disse.
A programação da 3ª Semana Brasileira de Educação Midiática terá uma abertura presencial no dia 28 de outubro, com apresentação de cases de secretarias de Educação com experiências de currículos em educação digital e midiática. Além disso, o evento contará ainda com o lançamento da 2ª Estratégia Brasileira de Educação Midiática e da pesquisa TIC Educação deste ano, realizada pelo Cetic.br. Ao longo da Semana, serão realizados eventos online com parceiros da Secom, como Serenas, Redes Cordiais e Palavra Aberta.
A programação completa e as transmissões ao vivo estarão disponíveis em: gov.br/secom/3asbem
Esse ano, o tema da Semana Nacional de Educação midiática é mobilizar uma geração para a cidadania digital. O que podemos entender por cidadania digital e como essa mobilização pode ser feita?
Pois é, acho que a gente tem a felicidade de entrar agora na terceira edição da Semana Brasileira de Educação midiática.
É uma ação da Secom junto com o MEC e junto com o UNESCO e que envolve o Ministério da Ciência e Tecnologia também, que na prática mobiliza escolas e entidades da sociedade civil no Brasil inteiro para pautar esse tema da educação digital e educação midiática.
O que que a gente consegue falar sobre cidadania digital? É a capacidade hoje de nós, como cidadãos, interagirmos plenamente no ambiente digital de forma crítica, de forma autônoma, de forma a entender não só do ponto de vista técnico, como é que a gente utiliza esse espaço, mas principalmente do ponto de vista de compreensão, de capacidade de leitura desse ambiente digital, o que está acontecendo nele e de ser pleno, ser um espaço de pleno exercício dos direitos.
Eu acho que a gente está muito contente com o nível de engajamento, nós estamos vendo um engajamento muito grande dos estados e municípios nessa agenda e a gente vai poder contar boas histórias, até porque nós estamos já na terceira semana e o Brasil já acolhe alguns pontos muito positivos nessa agenda de educação digital e midiática.
Os debates dessa semana digital, esse ano, eles vão relacionar esse tema também com outros, como mídia, meio ambiente, inteligência artificial, como é que se dá essa relação, secretário? Os educadores brasileiros, eles estão prontos para essa discussão?
Olha, o estar prontos é sempre se perguntar, estamos prontos para algo? Eu vou dizer, olha, os educadores brasileiros estão buscando informação, estão buscando capacitação, a gente já vê hoje, o MEC e a Secom prepararam uma série de cursos que estão no ambiente do AvaMEC, já tem 340 mil concluintes desses cursos, é nessa área de educação digital e midiática, e esses temas, eles vão se conectando, quando você falou de inteligência artificial, nós temos hoje, por exemplo, o Piauí, já ganhou prêmio internacional pelo trabalho que faz em relação a exercício dos alunos, dos estudantes em sala de aula sobre inteligência artificial, isso entrou no currículo, a gente vê a Bahia avançada nisso, a gente vê a Lagoas avançando, e tudo isso com referências e com base em material que o governo federal tem produzido e disponibilizado, é importante dizer que nós temos uma parceria com várias entidades da sociedade civil, como Palavra Aberta, Redes Cordiais e outros, que produzem material que fica disponível nesse processo de capacitação, e a gente está vendo agora esse processo se conectar com as diretrizes do Conselho Nacional de Educação para que estados e municípios tenham exatamente a orientação do que fazer.
Então, esses temas transversais vão entrando, e o que a gente está acompanhando é que eles entram muito bem num processo de ganho de escala dessa política, ou seja, o governo federal está ajudando que estados e municípios tenham condição de exercer aquilo que já está na base nacional como um curricular e transformar a educação digital e midiática em realidade na sala de aula.
Secretário, o senhor esteve recentemente na Colômbia, representando a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no evento promovido pela Unesco sobre Educação Digital. Quais experiências o Brasil apresentou e que vêm sendo implementadas por aqui?
Pois é, eu acho que para a gente foi muito positivo, semana passada realmente teve esse evento global da Unesco sobre Educação Informacional e midiática. Foi um evento que reúne gente do mundo inteiro, e o Brasil se destacou, talvez como um dos principais países em fase de implementação dessas políticas em alta escala, em grande escala. Isso significa que a gente já está podendo não só colher frutos no Brasil, mas servir de exemplo para o resto do mundo, por quê? Uma, é aquilo que eu estava falando, a capacidade de formar os professores num volume grande e a partir de conteúdo muito robusto.
Dois, esse tema foi incluído no PNLD, no Programa Nacional de Livro Didático, e ele vai pautar a partir de agora todos os níveis de ensino, todos os níveis de ensino vão ter que ter livros com esses conteúdos. Terceiro, nós tivemos essas diretrizes do CNE, e a partir de 2026 todos os municípios e estados terão que adotar a Agenda de Educação Digital e midiática, para poder cumprir os requisitos ali que o CNE coloca sobre diretrizes curriculares. Então, esse tipo de ação vai servindo de referência.
Então, a gente estava ali para aprender, para ouvir de outros países, para falar das nossas parcerias com a França, com a Finlândia, com outros países, mas também para poder mostrar e reverberar os exemplos que a gente tem colhido aqui no Brasil. Então, realmente, esse ano foi na Colômbia, ano passado tinha sido na Jordânia, é um evento que acontece uma vez por ano, cada vez em um lugar do mundo, e dessa vez o Brasil foi destaque.
Pois é, sempre que a gente fala em educação digital, secretário, surge aí questões sobre liberdade de expressão, e aí, por outro lado, o senhor também colocou lá na Colômbia a importância da educação digital para a democracia, e aí eu queria que o senhor falasse um pouco sobre a relação entre essas duas coisas na formação das novas gerações, como é que esses dois temas tão importantes se dão dentro do ambiente digital?
Olha, é difícil pensar uma democracia que não tem um ambiente plural, robusto, diverso, de comunicação e informação, e a gente não vai ter um ambiente assim se a gente não tivesse cidadãos capazes de exercer a sua cidadania no ambiente digital, portanto, de compreender aquilo que eles estão lendo, vendo, assistindo, mas também de produzir de forma crítica conteúdo.
Então, essa dimensão é absolutamente essencial, e eu acho que ela não se conflita de forma negativa com a liberdade de expressão, ao contrário, ela vai fazer com que os cidadãos sejam cada vez mais capazes de identificar quando há violações indevidas à liberdade de expressão, e quando a gente está, na verdade, criando um ambiente de fortalecimento de direitos, de ampliação da liberdade de expressão e de acesso à informação. Então, me parece que a gente precisa pensar essa equação pela positiva, como é que educação digital e midiática fortalecem a liberdade de expressão e acesso à informação, e assim, como é que elas fortalecem a nossa democracia.