Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural

09/22/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/22/2025 08:54

Primavera aumenta chuvas e temperaturas no Espírito Santo; veja impactos na agropecuária

22/09/2025 09h50

Primavera aumenta chuvas e temperaturas no Espírito Santo; veja impactos na agropecuária

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Foto: Felipe Ribeiro/Incaper
Agricultores devem intensificar o manejo contra doenças na pimenteira-do-reino e outras culturas

A chegada da primavera, que começa nesta segunda-feira (22), às 15h19 (horário de Brasília), e vai até 21 de dezembro, às 12h03 (horário de Brasília), marca um período de transição importante para o clima no Espírito Santo. Após um inverno caracterizado por tempo seco, temperaturas amenas e redução das chuvas em grande parte do Estado, a previsão da Coordenação de Meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) aponta para um cenário de aumento gradual das temperaturas, maior perda de água do solo e das plantas para a atmosfera - processo conhecido como evapotranspiração - e retomada das chuvas, principalmente a partir de outubro.

Agricultura: riscos e oportunidades

O retorno das precipitações deve favorecer o desenvolvimento de lavouras e a recuperação do potencial hídrico do solo. Porém, como as chuvas em setembro tendem a ficar abaixo ou próximas da média histórica, o mês pode registrar veranicos capazes de afetar culturas sensíveis. A partir de outubro e novembro, a tendência é de regularização, com possibilidade de volumes acima da média no Norte e Noroeste, de acordo com as tendências da maioria dos modelos de previsão climática.

Na cafeicultura arábica, cultivada em regiões de altitude, a irregularidade das chuvas no início da estação pode comprometer a uniformidade da florada, ponto crucial para a produtividade futura. O produtor deve observar atentamente o calendário de tratos culturais e investir em práticas que reduzam os impactos de períodos curtos de estiagem. Já no conilon, predominante no Norte e em áreas de baixada no Sul, o desafio está no manejo hídrico. Com temperaturas mais altas previstas, a irrigação eficiente se torna essencial para garantir boa frutificação e evitar perdas.

Outras culturas estratégicas também exigem cuidados redobrados. O mamão, cultivado principalmente no Norte do Estado, pode enfrentar maior susceptibilidade de incidência de antracnose e mosca-das-frutas com o aumento da umidade. A pimenta-do-reino, também concentrada nessa região, está mais vulnerável à fusariose, demandando manejo fitossanitário rigoroso. O cacau pode ter intensificação da vassoura-de-bruxa, sendo necessárias podas e tratos culturais adequados. Já a banana, presente em diferentes regiões produtoras, requer monitoramento constante contra a sigatoka-negra e os nematoides, problemas que tendem a se agravar com a volta das chuvas, a partir do mês de outubro.

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, reforça a importância da primavera para os agricultores:

"Este é o momento de os agricultores se prepararem para essa estação. Independentemente do volume de chuvas, é essencial revisar equipamentos, planejar o uso eficiente da água e adotar boas práticas de manejo. Além disso, acompanhar as previsões climáticas e investir na conservação do solo são medidas que fortalecem a agricultura e garantem mais produtividade", destacou Bergoli.

Pecuária: melhoria das pastagens, mas atenção ao estresse térmico

Para a pecuária de corte e leite, a primavera traz condições favoráveis ao crescimento das pastagens, o que melhora a oferta de alimento para os rebanhos. No entanto, o calor acima da média previsto para os próximos meses pode gerar estresse térmico nos animais, reduzindo a produtividade de leite e comprometendo o ganho de peso. Além disso, a maior umidade favorece o aumento da incidência de parasitas.

Para minimizar esses impactos, o Incaper recomenda reforçar o acesso dos animais a água de qualidade, disponibilizar áreas de sombra e adotar suplementação mineral. O manejo sanitário adequado também se torna indispensável para reduzir perdas no rebanho.

Orientação técnica

De acordo com o Incaper, o período exige atenção especial ao planejamento das atividades agropecuárias. O retorno das chuvas e o aumento das temperaturas favorecem o crescimento das lavouras e a recuperação das pastagens, mas também elevam os riscos de doenças, pragas e estresse térmico.

"O produtor rural deve adotar estratégias de manejo hídrico eficiente, intensificar o monitoramento fitossanitário e investir em práticas de bem-estar animal. Assim, será possível aproveitar as oportunidades trazidas pela primavera e, ao mesmo tempo, reduzir os riscos de perdas na agricultura e na pecuária capixaba", destaca o coordenador de Meteorologia do Incaper, Hugo Ramos, lembrando que os produtores podem contar com a assistência dos técnicos e extensionistas do Instituto, presentes em todos os municípios capixabas.

Prognóstico climático para a primavera

A previsão sazonal da equipe de meteorologia do Incaper aponta que, entre setembro e novembro, não haverá influência significativa dos fenômenos El Niño ou La Niña, mantendo o cenário de neutralidade climática. Mesmo assim, as temperaturas devem ficar acima da média em todas as regiões do Espírito Santo, com maior intensidade no litoral e no Noroeste.

Em setembro, os volumes de chuva tendem a ficar próximos ou ligeiramente abaixo da média histórica. Já em outubro e novembro, a tendência é de normalização e até mesmo precipitações acima da média em algumas áreas, sobretudo no Norte e Noroeste do Estado, devido à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e de sistemas tropicais. A estação é marcada por pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas, além da possibilidade de eventos severos, como rajadas de vento e descargas elétricas. Linhas de instabilidade tornam-se mais frequentes, principalmente no Norte e Noroeste, enquanto vórtices ciclônicos em altos níveis (VCAN) podem provocar tanto estiagens pontuais quanto chuvas localizadas.

As temperaturas máximas médias devem variar entre 24°C e 26°C na Região Serrana e entre 28°C e 30°C nas demais regiões. As mínimas médias ficam entre 15°C e 16°C na Serrana e em torno de 19°C nas outras áreas. Quanto ao volume acumulado de precipitação, a primavera deve ultrapassar os 400 mm no Caparaó, na Grande Vitória e no leste da Região Serrana, enquanto nas demais regiões os totais ficam entre 250 mm e 400 mm.Informações à Imprensa:Coordenação de Comunicação e Marketing do IncaperFelipe Ribeiro(27) [email protected] Assessoria de Comunicação da SeagLeonardo Sales / Nayara Santana(27) [email protected]

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