Federal Government of Brazil

09/16/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/16/2025 13:53

Brasil é o mais capaz de prover soluções climáticas para o mundo, afirma enviado da COP30

O Brasil é um dos países mais interessados em diminuir os efeitos do aquecimento global e, ao mesmo tempo, é o que possui maior capacidade de prover soluções climáticas para o mundo. A afirmação foi feita por Marcelo Behar, enviado especial para a Bioeconomia da COP 30, em palestra integrante da sexta edição dos Diálogos pelo Clima, circuito de debates técnico-científicos promovido pela Embrapa em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes).

O evento ocorreu nesta terça-feira (16), no Centro de Eventos do Ceará, dentro da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid III), uma realização do Governo do Ceará em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Ainda segundo Behar, que atua como coordenador do Fórum de Governança Climática e Desenvolvimento (FGCD), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), três conferências surgem a partir da II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92): a da mudança climática, a da biodiversidade e sobre a desertificação. "Na COP 30, de Belém, essas três conferências se encontram", afirma.

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BIO envolvimento x DES envolvimento

Para o segundo palestrante da manhã, o coordenador-executivo do Fórum Brasileiro Mudança do Clima (FBMC), Sérgio Xavier, a solução passa pela criação de um modelo econômico para os biomas. Regenerar biomas e bacias deve ser o propósito de todas as cadeias econômicas dos territórios. "É preciso juntar economia, política pública e participação social", argumenta.

Também enviado especial à COP 30, Xavier apresenta dois paradigmas que se confrontam na atualidade: DES envolvimento versus BIO envolvimento. Enquanto o primeiro modelo não inclui as pessoas, o segundo parte delas como centro de todas as demais esferas, abrindo espaço para regeneração, inclusão e modos de vida saudáveis. "A economia deve se encaixar nos ciclos biogeoquímicos naturais. Modos de vida naturais, saudáveis e justos devem determinar os modelos de negócios", acrescenta.

Multilateralismo e alianças

De acordo com a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia (DINT) da Embrapa, Ana Euler, a chave para o sucesso reside na colaboração e em uma agenda de multilateralismo. A "soberania alimentar e climática", nas palavras da dirigente, é o tema que deve nortear as discussões.

Como exemplo prático, Ana Euler citou as soluções desenvolvidas pela Embrapa para a Caatinga, evidenciando o compromisso da instituição em traduzir a pesquisa em ações concretas e adaptadas às realidades locais, a partir do trabalho desenvolvido por suas Unidades Descentralizadas. Com uma abordagem colaborativa e focada em resultados, o Brasil busca liderar o caminho em direção a um futuro mais seguro e sustentável para todos. A paz, ressaltou, passa por "um mundo que se alimenta bem".

A diretora ressalta ainda que o Brasil possui as soluções para os desafios que se apresentam e que cada estado está contribuindo para a construção de um futuro mais resiliente. O fortalecimento de alianças entre governos, empresas e sociedade é visto como um pilar fundamental para a construção de um caminho conjunto. A lógica do consenso, que rege os acordos na ONU, serve de inspiração para a atuação nacional, que busca reverberar o diálogo e identificar os pontos de união antes da COP.

A voz do semiárido

Antônio Rocha Magalhães, presidente da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID III), fez um histórico das convenções e eventos relacionados ao clima, inserindo o ICID e Diálogos pelo Clima Caatinga nesse contexto. "As 'terras secas' possuem menor protagonismo no que diz respeito a chamar atenção às suas problemáticas. Por isso a importância de eventos desse gênero", disse.

"Nas próprias regiões semiáridas não há muita voz. Por isso vemos com muitos bons olhos essa decisão da Embrapa em discutir as mudanças climáticas. Tais regiões precisam ser levadas em consideração nas suas propostas e encaminhamentos, fazendo parte dos acordos internacionais e dos documentos elaborados durante a COP", preconiza Rocha Magalhães.

Transferência coletiva de tecnologia e saberes

Sônia da Costa, diretora de Tecnologia Social, Economia Solidária e Tecnologia Assistiva, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), do MCTI, ecoou a ideia de uma construção coletiva.

Segundo a diretora, o foco do ministério agora são grandes missões. Três grandes editais foram lançados, nesse sentido. Sônia da Costa mencionou ainda a importância da sociedade civil e dos movimentos sociais em todo o processo, por meio da transferência da tecnologia e de sua incorporação pelos povos resilientes. Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido com as sementes crioulas, em parceria com a Embrapa. "Pensar em investimentos em tecnologia é pensar nos arranjos produtivos locais", conclui.

Urgência contra a desertificação

Karina Leal, secretária-executiva de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria de Meio Ambiente e Mudança de Clima do Governo do Ceará, disse que tanto o Icid quanto os Diálogos pelo Clima são "espaços singulares de diálogo e troca de conhecimentos".

A secretária-executiva ressaltou a importância estratégica de o Ceará sediar ambos os eventos, haja vista ser um estado que sempre teve de lidar com as adversidades do clima e do meio ambiente: "É urgente a proteção do nosso bioma Caatinga, que recobre 92% do território do estado. É urgente a implementação de ações contra a desertificação e de todas as medidas possíveis para evitar a deterioração da Caatinga".

Objetivos da bioeconomia na COP 30

Marcelo Behar, enviado especial para a Bioeconomia na COP 30, elencou três objetivos de sua área que serão levados para a Conferência:

Agricultura regenerativa

  • reverter a perda de natureza e biodiversidade com os incentivos ao desmatamento;
  • ampliar o uso da biodiversidade dos sistemas alimentares em parceria com as agendas brasileiras para a agricultura e com os planos dos enviados especiais para o setor; e
  • recuperação de terras degradadas, realinhando subsídios e instrumentos de política agrícola e fiscal para tornar viável a restauração de áreas degradadas economicamente.

Socioeconomia

  • garantir a radical ampliação de projetos e recursos para comunidades tradicionais e povos indígenas;
  • estruturar o uso de bioinsumos das cadeias da sociobiodiversidade para que possam alcançar mercados globais.

Biotecnologia

  • ampliar o investimento em biocombustíveis, alavancando as cadeias de Sustainable Aviation Fuel (SAF) e de bio-bunker (frete marítimo).

Mudanças climáticas e Caatinga

A programação da manhã incluiu ainda uma mesa-redonda sobre os desafios da mudança do clima para o bioma Caatinga, com participação de representantes do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga, Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e da Coopercuc, cooperativa de agricultores familiares da Bahia. O debate abordou bioeconomia, agricultura familiar, resiliência, pecuária e uso sustentável das florestas.

Quem apoia a Jornada

O circuito de debates Diálogos pelo Clima integra a Jornada pelo Clima , projeto de grande envergadura da Embrapa que evidencia a ciência na agropecuária brasileira como um pilar essencial para a transformação sustentável.

A Jornada pelo Clima tem o patrocínio master do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), patrocínio Diamante + Outro da Nestlé, Patrocínio Diamante da Bayer e IICA, patrocínio Ouro + Bioma Local da Caixa Econômica Federal, patrocínio biomas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), patrocínio vitrine da Morfo e OCP Brasil, parceria institucional do Sebrae e apoio institucional do Canal Rural.

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