11/17/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/17/2025 14:56
A COP 30 trouxe ao debate o tema florestas, nesta segunda-feira, 17/11. O Brasil liderou um evento ministerial para desbloquear o financiamento destinado à proteção desses biomas e ao combate ao desmatamento. Foram apresentados mecanismos para isso, como: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) e o lançamento da coalizão JREDD+.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que o momento exige ação conjunta. "Os desafios são reais e nunca houve tanto conhecimento disponível. Precisamos de um mutirão até 2030, no qual: países tropicais tragam experiências; parceiros financeiros alinhem instrumentos aos resultados; sociedade civil e setor privado co-produzam soluções; e povos indígenas e comunidades locais sejam reconhecidos como protagonistas e beneficiários diretos", disse.
O diálogo reuniu representantes dos governos da Colômbia, Guiana, República Democrática do Congo, Reino Unido e Noruega. Além de integrantes do BTG Pactual Timberland, Ambition Loop, Tesouro Nacional do Brasil, Banco Mundial, Conservação Internacional, do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), das empresas, Tecent e Federated Hermes, e outros.
Conforme estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o financiamento para florestas apresenta um desequilíbrio. Em 2023, os investimentos globais em florestas somaram apenas US$84 bilhões por ano, embora sejam necessários US$300 bilhões anuais para cumprir as metas das Convenções do Rio . Para países com florestas tropicais, como o Brasil, cuja conservação evita perdas de até US$81 bilhões por ano no Produto Interno Bruto (PIB) global, serão precisos US$67 bilhões anuais até 2030.
O diretor da Divisão de Mudança do Clima PNUMA, Martin Krause, afirmou que o mundo nunca teve tantos mecanismos para enfrentar este problema. "A tarefa agora é construir um ecossistema de finanças previsível, transparente e justo", pontuou.
A coordenadora-geral da Agenda de Ação na Presidência da COP 30, Bruna Cerqueira, conclamou aos países e instituições. "Mantenham-se engajados com esses planos para acelerar soluções. Vamos chegar à próxima COP e mostrar resultados ainda melhores juntos", afirmou.
O TFFF teve a adesão de 61 países até o momento, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Até esta segunda-feira endossaram a iniciativa: Antígua e Barbuda, Armênia, Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Burquina Fasso, Camboja, Canadá, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dinamarca, República Democrática do Congo, Dominica, Equador, Etiópia, Finlândia, França, Geórgia, Alemanha, Gana, Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Honduras, Indonésia, Irlanda, Japão, Libéria, Luxemburgo, Madagascar, Malásia, México, Mônaco, Moçambique, Mianmar, Nepal, Países Baixos, Nigéria, Noruega, Paquistão, Palau, Panamá, Papua-Nova Guiné, Peru, Portugal, Ruanda, San Marino, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Sudão do Sul, Suécia, Suriname, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Zâmbia e a União Europeia.
O ministro dos Recursos Naturais da Guiana, Vickram Bharrat, anunciou a JREDD+ . O sistema gera créditos de carbono para países e grandes jurisdições subnacionais com potencial para mobilizar entre US$3 bilhões e US$6 bilhões por ano até 2030. Essa coalizão visa reunir países florestais, organizações indígenas, investidores, padrões e a sociedade civil.
O mecanismo apresentado pela Ambition Loop , organização não-governamental chilena, voltado a fomentar a bioeconomia, principalmente na América Latina. Segundo o cofundador e co-CEO da Ambition Loop e ex-Campeão de Alto Nível da ONU para Ação Climática na COP26, Nigel Topping, a iniciativa reúne mais de 700 oportunidades, avaliadas em mais de US$29 bilhões.
A Eco Invest é uma plataforma que impulsiona investimentos privados sustentáveis e é coordenada por dois ministérios do Brasil - o da Fazenda (MF) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). De acordo com o coordenador da ferramenta no Tesouro Nacional, Mario Gouvêa, a iniciativa mobilizou US$6 bilhões no último leilão, apoiando uma nova geração de sistemas agroflorestais integrados.