09/05/2025 | News release | Distributed by Public on 09/05/2025 13:05
Em nota assinada pela presidenta Luciana Santos e divulgada nesta sexta-feira (5), a Direção Nacional do PCdoB destaca que o "rico acervo teórico e prático" deixado por Péricles de Souza, histórico dirigente do partido na Bahia, falecido neste mesmo dia, é um "inestimável patrimônio do PCdoB, bem como um forte legado ao Brasil e ao povo brasileiro".
No comunicado, o partido manifesta seu profundo pesar e solidariedade aos familiares, pontuando que Péricles "lutou bravamente pela vida, enfrentando a doença de Parkinson".
A nota lembra, ainda, que o dirigente foi "um organizador exemplar, sempre aportado pela teoria do Partido, outra frente a que se dedicou. Esteve presente nos debates que orientaram o Partido tática e estrategicamente, desde a ditadura militar. Na crise do socialismo, contribuiu com sua experiência e conhecimento para a reafirmação dos princípios partidários em novas bases e na renovação do socialismo à luz das lições da história".
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Acompanhe abaixo a íntegra do comunicado.
Nota da direção nacional do PCdoB sobre o falecimento de Péricles de Souza
Em nome da direção nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) manifestamos nosso profundo pesar pelo falecimento de Péricles de Souza, histórico dirigente comunista, ocorrido nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, em Salvador, Bahia. Ele lutou bravamente pela vida, enfrentando a doença de Parkinson.
Sua vida foi marcada pela militância revolucionária, iniciada na tenra juventude no movimento estudantil, no início da década de 1960, na Juventude Estudantil Católica (JOC). Foi um dos fundadores da Ação Popular (AP) e participou da preparação da resistência armada à ditadura militar nos estados do Maranhão e do Pará. Esteve na linha de frente das jornadas da frente ampla que derrubou a ditadura e fez renascer a democracia. Foi uma das lideranças da AP na incorporação ao PCdoB, em 1973.
Péricles imediatamente ingressou no Comitê Central do PCdoB e foi para Sergipe reconstruir a nova estrutura do Partido no Nordeste, onde ficou até a anistia de 1979. Por um acaso, escapou de estar na casa da Lapa, em São Paulo, quando, em 16 de dezembro de 1976, uma operação da ditadura matou e prendeu dirigentes do Partido, a Chacina da Lapa.
De volta a Bahia, foi, com Haroldo Lima - seu contemporâneo desde o movimento estudantil -, esteio da nova fase do Partido no estado, ocupando a presidência em alguns períodos, consolidando a tendência que fez dos comunistas locais um exemplo de organização e combatividade. Ao mesmo tempo, participou, pelo Comitê Central, das decisões do Partido nesse período.
Foi um organizador exemplar, sempre aportado pela teoria do Partido, outra frente a que se dedicou. Esteve presente nos debates que orientaram o Partido tática e estrategicamente, desde a ditadura militar. Na crise do socialismo, contribuiu com sua experiência e conhecimento para a reafirmação dos princípios partidários em novas bases e na renovação do socialismo à luz das lições da história.
Péricles deixa esse rico acervo, teórico e prático, um inestimável patrimônio do PCdoB, bem como um forte legado ao Brasil e ao povo brasileiro. Nesse momento de dor e reflexão, nossas condolências e solidariedade a seus familiares, aos amigos. Aos camaradas baianos que tiveram o privilégio de usufruir, de perto, da serenidade, sabedoria e firmeza de Péricles, nosso abraço afetuoso.
Péricles presente, sempre!
Recife, 5 setembro de 2025
Luciana Santos
Presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)