09/18/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/18/2025 16:11
Publicado: 18 Setembro, 2025 - 16h50
Escrito por: COMUNICAÇÃO CUT-ES
Em uma assembleia geral híbrida realizada na tarde desta quarta-feira, 17 de setembro, os servidores públicos estaduais aprovaram o indicativo de greve a partir do início de outubro. A decisão ocorre diante da ausência de resposta do governo Casagrande em mais de 5 meses de negociações.
Para marcar o início da greve, os servidores realizarão um ato público e uma nova assembleia no dia 01 de outubro de maneira presencial deliberando as estratégias e organizações do movimento grevista.
Até lá, estão previstas mobilizações e paralisações nos locais de trabalho com o objetivo de ampliar o engajamento da categoria e pressionar por avanços na negociação.
A proposta de reestruturação, protocolada ainda em abril, contempla cerca de 3.700 servidores distribuídos em 14 autarquias e secretarias. Segundo o Sindipúblicos, o impacto na folha seria de apenas 1%, mas representaria uma recomposição salarial significativa após anos de perdas acumuladas.
Durante a assembleia, o sentimento predominante foi de frustração e descrédito com o governo. "Recebem os servidores, mas não encaminham nada. A paciência se esgotou, o respeito acabou. É hora de ir para a greve", afirmou Tadeu Guerzet, diretor do Sindipúblicos.
Representando a presidenta do Sindipúblicos, Renata Setúbal, que esteve ausente por questões de saúde, o diretor Iran Caetano reforçou o posicionamento da entidade:
"Renata gostaria de estar aqui pessoalmente, mas me pediu que transmitisse sua confiança na força da categoria. A proposta está na mesa há 5 meses, e o silêncio do governo é um desrespeito. A greve é um instrumento legítimo, estaremos juntos, firmes e mobilizados."
O servidor aposentado Haylson de Oliveira relembrou o último grande movimento da categoria, o "Apagão do Serviço Público" de 2015, e destacou a repetição de padrões de desvalorização. "Os rostos mudam, mas o tratamento continua o mesmo. A luta é por dignidade, não por ideologia. Precisamos de consciência coletiva para garantir respeito e valorização."
O assessor sindical André Carvalho também avaliou o cenário com cautela:
"Houve avanços técnicos, como o estudo de impacto feito pela Seger, mas sem pressão e mobilização real, não haverá conquista. O governo só se move quando sente o peso da categoria organizada. Precisamos ocupar os espaços, mostrar força e exigir respeito."
João Paulo Furtado, coordenador-geral da Assiema, reforçou o papel de cada servidor na mobilização: "Greve é desgastante, mas às vezes necessária. É responsabilidade de todos convencer seus colegas e construir uma paralisação forte e legítima. Chega de enrolação."
A categoria agora se prepara para intensificar as ações e dar visibilidade à pauta. A expectativa é de que o movimento ganhe força e se espalhe por todo o estado.