12/17/2025 | Press release | Distributed by Public on 12/17/2025 16:09
Brasília, 17 de dezembro de 2025 - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sediou, nesta terça-feira (16/12), o Seminário Nacional sobre o Câncer Infantojuvenil da População Indígena, reunindo gestores e trabalhadores da saúde indígena e especialistas para aprofundar o debate sobre as iniquidades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer em crianças e adolescentes indígenas no Brasil. Também foram debatidas especificidades da população indígena e tecnologias de cuidado de saúde a partir da culturalidade no Sistema Único de Saúde em relação à linha de cuidado do câncer infantojuvenil.
O seminário se insere em um contexto de elevada relevância epidemiológica. Estima-se que cerca de 430 mil novos casos de câncer infantojuvenil ocorram anualmente no mundo. No Brasil, a previsão para cada ano do triênio 2023-2025 é de 7.930 novos casos, com risco estimado de 134,81 por milhão. Os dados também evidenciam profundas desigualdades étnico-raciais e regionais: crianças e adolescentes indígenas apresentam as maiores taxas de mortalidade por câncer infantojuvenil no país, alcançando 76,9 óbitos por milhão, enquanto a taxa média no país é 42,6. A Região Norte registra taxas superiores à média nacional, refletindo barreiras históricas de acesso ao cuidado oportuno e integral.
Outro eixo central do debate é o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento especializado, com respeito à diversidade cultural. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, observa-se maior deslocamento de pacientes para fora de seus estados de residência, ao mesmo tempo em que essas regiões concentram o menor número de serviços habilitados e de profissionais com formação em oncologia pediátrica.
Na mesa de abertura, o coordenador da Unidade de Doenças Não Transmissíveis e Determinantes da Saúde do escritório da OPAS e da Organização Mundial na Saúde (OMS) no Brasil, Jonas Gonseth-Garcia, falou sobre o compromisso da OPAS com a Iniciativa Global CureAll, lançada em 2018, que tem como meta alcançar pelo menos 60% de sobrevida até 2030, salvando um milhão de vidas por meio do fortalecimento dos sistemas de saúde, da redução das desigualdades e da garantia de diagnóstico e tratamento oportunos para todas as crianças.