09/24/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/25/2025 07:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (24/9), em Nova York, a urgência de ação coletiva diante da crise climática e convocou os países a assumirem suas responsabilidades antes da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro. O líder brasileiro co-presidiu, ao lado do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a abertura do Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo, realizado durante as atividades da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
"É momento de questionar se o mundo chegará a Belém com a lição de casa feita. O Acordo de Paris deu aos países a liberdade de formular metas de redução de emissões condizentes com suas realidades e capacidades. Mas a apresentação de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) não é uma opção. Como deixou claro a Corte Internacional de Justiça, é uma obrigação", afirmou Lula.
>> Discurso do presidente Lula durante a abertura do Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo
O presidente destacou que é possível deter o aquecimento global com mobilização coletiva, assim como foi feito para proteger a camada de ozônio. "As Contribuições Nacionalmente Determinadas são o mapa do caminho que guia cada país nessa mudança. Elas não são meros números ou percentuais. São uma oportunidade para repensar modelos e reorientar políticas e investimentos rumo a um novo paradigma econômico", enfatizou o presidente.
O líder brasileiro destacou que o Brasil foi o segundo país a apresentar sua nova NDC, com a meta de reduzir as emissões de todos os gases de efeito estufa entre 59% e 67%. "Nossa meta de zerar o desmatamento até 2030 contribuirá para concretizar esse objetivo", completou.
"O negacionismo que enfrentamos não é apenas climático. É multilateral. Ninguém está a salvo dos efeitos da mudança do clima. Muros nas fronteiras não vão conter secas nem tempestades. A natureza não se curva a bombas, nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro. O risco do unilateralismo é a reação em cadeia que ele provoca"CRISE AMBIENTAL - Lula alertou para os riscos do negacionismo climático e do unilateralismo, lembrando que nenhum país está imune aos efeitos da crise ambiental. "O negacionismo que enfrentamos não é apenas climático. É multilateral. Ninguém está a salvo dos efeitos da mudança do clima. Muros nas fronteiras não vão conter secas nem tempestades. A natureza não se curva a bombas, nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro. O risco do unilateralismo é a reação em cadeia que ele provoca".
COP30 - O presidente ressaltou, ainda, que ao realizar a COP30 na Amazônia, o Brasil irá mostrar ao mundo que conservar a natureza também é cuidar das pessoas. Como exemplo de participação social, Lula citou o Balanço Ético Global (BEG), uma das principais maneiras pelas quais a sociedade pode se engajar com a COP30. Foram realizados seis diálogos regionais que incluíram representantes da sociedade civil, do setor privado, de povos indígenas e comunidades tradicionais, cientistas, artistas, líderes religiosos e autoridades locais.
"A voz das pessoas precisa chegar aos chefes de Estado e de governo. Queremos promover uma Cúpula de Líderes que propicie um diálogo franco e direto, à altura da missão que nossas sociedades nos confiaram. Temos a chance de reparar injustiças e construir um futuro próspero e sustentável para todos", ressaltou.
PLANOS DE AÇÃO CLIMÁTICA - Mais de 120 nações participaram do evento, entre chefes de Estado e de governo, ministras e ministros de Estado, organizações da sociedade civil, juventudes e empresas. A iniciativa insere-se no Marco de Cooperação para a Ação Climática entre o presidente Lula e o secretário-geral António Guterres.
ASSEMBLEIA GERAL - Na terça-feira (23/9), Lula discursou na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O presidente frisou que a soberania do Brasil é inegociável e posicionou-se na defesa dos valores democráticos, da importância do multilateralismo, dos preceitos que regem o desenvolvimento sustentável e pelo combate à mudança do clima. Ele destacou ainda a necessidade de o mundo se unir em prol da paz e do combate à pobreza.
FUNDO DE FLORESTAS TROPICAIS - Também na terça, o presidente anunciou, durante a Sessão de Abertura da Reunião sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) que o Brasil vai investir US$ 1 bilhão na iniciativa. O Fundo, que propõe um modelo inovador de financiamento para a conservação das florestas tropicais, será oficialmente lançado durante a 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima, a COP30, agendada para novembro, em Belém (PA).
PALESTINA - A agenda de Lula em Nova York teve início na segunda-feira (22/9), quando o presidente participou da segunda sessão da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada por França e Arábia Saudita. O Governo do Brasil defende que o único caminho para a paz e a estabilidade no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, coexistindo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital. "Tanto Israel, quanto a Palestina têm o direito de existir", afirmou o presidente brasileiro.